domingo, 28 de agosto de 2011

O desequilibrio e as compensações

Estava trabalhando hoje no Iguatemi e escutei uma gritaria, palavrões e tudo mais. Parecia-me uma briga. Fui olhar. Era uma jogo de futebol em que as estrelas eram adolescentes.

Da janela do estacionamento...

Do quarto andar ouvi aqueles gritos e palavrões que não condiziam com aqueles corpos em definição e crescimento, porém era uma compensação.

Um time havia atacado, goleado, e para compensar a sensação de fracasso as bocas enchiam-se de palavras que extirpavam aquele sentimento de frustração.



Quando algo nos desequilibra procuramos compensar de alguma forma.

Fiquei observando aqueles meninos e outros fatos passados vieram à minha mente como que em cenas sequenciais.

Lembrei-me de um trabalho que executei dia desses e que em um momento toquei na pele de outro profissional. Na mesma hora percebi sua reação de esquivo e a sensação que tive no momento era que se pudesse ser dito um texto seria:
 "não me toque!!!!"

Não houveram palavras, mas houve essa liberação de energia que fala sem que elas sejam necessárias. Conclusão: normal. Há um desequilibrio entre nós, portanto a compensação para isso é o afastamento.
É a compensação.

No caso de uma jovem americana que morreu esfaqueada por um homem que ajudava através de cartas de incentivo e auto-ajuda, sua compensação a matou. Sua mãe declarou que por todos problemas psicológicos desencadeado por sua obesidade, a jovem compensava as dificuldades e traumas sentindo-se importante para outros através do serviço social. Amenizava sua frustração assim.

De cada um a cada qual. Isso sim é a realidade.

Certo é que compensamos sim! E compensamos tudo que nos desequilibra.

Falo por mim, sei quando não estou harmônica, a quantidade de tecido adiposo no meu corpo aumenta enormemente. E COMO! Nas duas formas que podem ser usadas a mesma palavra. É a minha compensação.

Mas esses são exemplos bem simplistas sobre um assunto tão profundo e sério.

Existem pessoas que só funcionam se estiverem em grupo, não conseguem SER se estiverem sozinhas. Ficam fracas. O grupo compensa a insegurança que sentem sobre quem são e o que pensam.

Algumas gostam de menosprezar para sentirem-se superiores. É a forma que encontraram de esquecer a visão de inferioridade que têm de si mesmas.

Tantas formas de compensar... Andar com pessoas em que possa facilmente exercer a dominação, dedicar-se completamente a algo que exclua outras pessoas por dificuldade de relacionar-se socialmente, envolver-se emocionalmente com pessoas que julga mais infantis para sentir-se maior...

Pena muitas vezes não termos coragem de encarar essas fragilidades e dispor-nos a vencê-las aonde realmente foram geradas. Em nós. Lá naquele lugar que ninguém conhece e nem vê, mas que nós sabemos e conhecemos muito bem o caminho de ida e volta.

Se nós formos com certeza voltaremos melhores e maiores em nós. Eu sei, as compensações não findam, são substituídas... contudo com plena certeza seriam mais facilmente descartadas do curso vivido.

E vou comentar uma coisa: as pessoas falam muito!

Certo dia ouvia algumas reclamações e sinceramente cansa-me os tais embates verbais exaustivos que normalmente em nada alteram fatos.

Falar é a compensação para o descontentamento.

Fazer seria a melhor solução para ele, mas falar é mais fácil...

Tenho prezado o silêncio e sua linda e majestosa voz.
Voz? É. Só ouve quem fica em silêncio e aquieta seu espírito.

E as compensações?
Deixa pra lá...

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Essa gente linda merece parabéns!

Sol, sol, sol...

Debaixo daquela cor prateada ou dourada lá eles estão.

Vi esse rapaz hoje em Duque de Caxias no Calçadão da José de Alvarenga e fiquei a observá-lo.
Marcos Costa - 30 anos

Uma moeda caía em seu pote e ele se mexia, mandava um beijo, dava um sorriso e assim passava seu dia. Mais um dia em seu trabalho.

Parei para falar-lhe e perguntei se era ator, ele respondeu-me que não, mas que estava atuando ali.

Preparamo-nos em escolas para fazer os papéis que nossa profissão nos propõe, mas aquele ali estava preparado pela necessidade para fazer aquele papel.

Simples?


Parado?

Pode ser que sim, o grau de dificuldade não pode ser medido por isso.

A medida está na necessidade. Na busca. Na coragem e disposição.

Caracterizar-se e pôr-se na rua.
Dar a cara a tapa.

Por uma moeda?
NÃO! Por sua dignidade. E só.

A vida ensina.
Profissionaliza.

Parabéns querido Marcos Costa!!

Sucesso aos artistas de rua, aos artistas da vida!

Tem que ter o sangue quente, a coragem latente e a esperança no coração.

Viver é estar à mostra!

Beleza então! Vou ouvir a voz!

Sei lá o que acontece...

Somos estranhos eu acho. Enfim, tenho certeza.

Olhamos as outras pessoas com os olhos das nossas necessidades. Adornamos, qualificamos, colorimos e vivificamos de maneira tal, que pouco percebemos o que elas realmente expõem.

Muitas vezes o percentual que recebemos não se assemelha ao quantitativo que ofertamos.

As pessoas são grandes caixas com enormes surpresas. Na maioria das vezes somos nós que permitimos que essas surpresas tornem-se aterrorizantes e sejam elementos de influência frustrante.

Ninguém consegue se enganar.

Não se pode esconder uma luz embaixo de uma cama, ela com certeza brilhará e se mostrará à todos. Assim são as coisas.

Uns dizem nosso íntimo, outros dizem alma, alguns intuição ou sensibilidade, tantos nomes... eu poderia dividir a seguinte classificação: coração. Essa palavra une todas as outras apesar de ter uma conotação romântica da vida e seus pertinentes sentimentos.



O coração por assim dizer revela-nos direções. Essas inclinações dizem coisas sobre fatos e pessoas.
Essa bendita clarificação é a resposta para a pergunta que ainda nem feita foi.

Costumo pensar que essa voz interior é a direção correta para tudo na vida. Tive muitas experiências com ela. Todas as vezes que a desobedeci, arrependi-me.

Recordo-me de uma vez que estava indo apresentar um projeto teatral em uma instituição e depois iria direto para outra. No meio do caminho, enquanto dirigia senti aquela voz dizendo para que fosse direto para a segunda instituição, mas não dei ouvidos. Argumentei: Não, primeiro vou para essa e depois para aquela. Continuei sentindo que deveria ir em direção contrária, porém não fui. Dirigi calmamente e quando cheguei lá o bendito lugar não existia mais... o que dizer? Meu coração me avisou, A VOZ que afirmo proceder do CÉU >> vejo-a como um toque de Deus<<  falou-me com clareza e fui negligente. Gastei álcool. Aprendi.


É, quem não ouve conselho ouve coitado! Provérbio popular besta e certo!

A melhor coisa que podemos sentir é aquela sensação de ter sido fiel a si mesmo de tal maneira que não cabe em nós arrependimento ou medo. A segurança da escolha está plena e viva, tornando-os mais diretivos e ousados.

Devemos acreditar no que somos, no que sentimos, no que cremos. Isso independe do todo, independe do outro, independe do futuro.

Cada um dá conta de si mesmo e só.

Melhor ouvir a direção e seguir. Às vezes o que nos é revelado nos estranha, entristece, muda os rumos, mas com certeza é o melhor para o que o que está por vir venha.

Ouvir essa direção é um presente. Não conhecemos o desconhecido, mas alguém conhece... e nos conta.


Siga e não se engane.





domingo, 7 de agosto de 2011

Tá na hora de crescer: mais. Lagarta, borboleta e Matrix!!!!

Engraçado isso, ou estranho isso!

Chega um momento que o nosso ser interno parece ter sido acionado e pronto, é impelido a mudar.

As sensações internas que dizem CHEGA!!!!! são clarificadas à mente e discretamente aos olhos porém intensamente à alma, e são os ingredientes que simplesmente alteram todo o sabor do ser.

Aquela pimenta que força beber um copo d'água, aquele vento que força o uso do casaco, aquele grito que força a resposta: Por favor, pode falar um pouco mais baixo!

Esses momento singulares que provocam mudanças e atitudes são intensos internamente, recheados de questionamentos, pesos e medidas que somente quem os qualifica pode entender.

Incrível é que todas as coisas cooperam para que tais mudanças aconteçam.

Fazendo um comentário completamente pessoal: às vezes me parece que as pessoas são totalmente manipuladas por esse "destino", se é que posso dizer assim.

Enfim, graças a Deus temos que passar por isso, mudar de nível. Isso é bom demais, mostra o real valor das coisas e das pessoas.

Apesar dessa "rave" interna, no fim das contas todo mundo dança.

Depois vira "mpb", e um pouco após acalma, a brisa volta e o melhor chega. Como a borboleta depois da lagarta.



Esse momento de transformação não é determinado por nós mesmos, é acionado e pronto.

É como a pílila que Neo tomou em Matrix, mudou seu olhar e nunca mais ele pôde ser o mesmo, assim acontece.
A vermelha ou azul? Uma você fica o iludido de sempre, a outra te revela o que realmente é.
 Aquilo que está escondido nas entrelinhas da vida.

Não somos mais o que éramos e não podemos ser, a pílula foi tomada e já era. Vemos.

Vemos os outros e nos vemos. Isso muda tudo. Isso melhora tudo.

Ver-se como é causa o desenvolvimento do nosso melhor, potencializa e liberta.

Qunado sabemos quem somos, simplesmente somos!
Isso é o melhor: crescer.

Eu vi MATRIX.

Eu tomei a pílula!!!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Os pombos que andavam no Retiro...

Estive no Retiro dos artistas para uma reunião nesse sábado.

Enquanto esperava para começarmos fiquei fotografando uns pombos que ali estavam.

Calmos estavam, e eu também. A calmaria daquela ambiência nos fez ficar assim.



Talvez eu estivesse em um daqueles momentos que Cazuza dizia em sua música: "eu ando tão down...", só sei que aqueles momentos ali me foram um carinho.



Ao receber um boa tarde de um bom e velho artista que caminhava com sua bengala pude ver a vida... como passa... como é breve.



Aquele ar, aquela brisa, aquele som, aquelas pessoas dançando uma bela dança de salão completava o ambiente... o cheiro de café que vinha do bar, a escadaria do teatro... e os pombos... ah os pombos... sozinhos e acompanhados, feito eu naquele lugar.




Que muitos possam desfrutar daquele lugar quando estiverem precisando.


Digno.

Não sei o nome dele

Sou atenta ao que acontece pelas ruas onde passo. Gosto de observar as pessoas, as casas e tudo o mais.

Há uns dois domingos vejo um homem grafitando na rua do Bangu Shopping onde trabalho aos domingos fazendo maquiagem artística nos pequenos. Adorei o estilo dele, cabelo e vi sua obra sendo iniciada. Estava sem máquina e não pude registrar.


Esse domingo quando chegando ao shopping, fui olhar como estava o andamento do grafite e ele já havia terminado. Fiquei feliz e fiquei triste. Feliz pela obra linda que compôs e triste porque não pude fotográ-lo para dar-lhe os créditos devidos por tanta beleza.


Quantos artistas trabalhando por aí afora, tanta gente... tantos nomes... tanta arte acontece.

Mesmo sem saber seu nome parabenizo a perfeição e força nos traços. Simplesmente lindo.

Há tantos espaços na cidade que poderiam ser grafitados e valorizados por este trabalho. Pena que não haja um incentivo maior para o desenvolvimento de projetos que profissionalizem jovens nesse ofício. Ao invés disso muitos deles enchem a cidade com o lixo das pixações.



Essa casa está localizada na rua ao lado daquela pintura linda e é um verdadeiro desrespeito aos moradores. As pessoas trabalham, constroem, pintam, reformam suas casas e algum vândalo a decora dessa maneira. Tamanho desrespeito é inaceitável.

Não credito pixação como arte como alguns dizem. Credito como abuso. Não é molde e muito menos inspiração para ninguém, pelo contrário, causa revolta e raiva aos que recebem essa LINDA marca.


Essa placa está na na entrada do shopping. Que vergonha e falta de civismo pixar uma placa informativa.

Gostaria de salientar o fato de que a maioria dos jovens acham o tal ato da pixação emocionante por estar de alguma maneira opondo-se às regras ou infringindo as leis. Triste, mas verdade. Há muitos bairros em que tudo está pixado. Empobrece o lugar e causa uma grande sensação de abandono...

O incentivo ao esporte e arte na fase da infância e adolescência com certeza fariam diferença nesses hábitos.

A adrenalina que tantos buscam encontra-se também nas competições e desafios propostos. A descarga de energia é prazerosa e benigna para todos, para ambos os lados e não somente para um.