sábado, 30 de junho de 2012

Mudança.

Mudamos tanto que às vezes 
pegamo-nos fitando-nos... 
Conhecendo-nos e 
deixando-nos conhecer.
O tempo melhora-nos a cada dia. 
Ou piora-nos... que seja!
Potencialmente.
Mudança bendita!
Que venham outros tempos...
Fitaremos as rugas,
curvas das aventuras vividas...
Mudança agradecida!



Quando mudamos vemos o que não víamos anteriormente,
véus são rompidos,
capacidades são refinadas,
sensibilidade aflorada.
A mudança é benéfica, é contínua,
necessária e condicional à vida.



sexta-feira, 29 de junho de 2012

Não.

Não conte tudo.
Não publique tudo.
Não revele tudo a todos.


Há coisas que são de uns e não de outros.
Há abraços que são fortes e outros que são somente cordiais.



Observe.

Observe suas escolhas.
Suas atitudes a refletem.

Observe seu caminho.

Perceba seus amigos.

Ouça o que sai da sua boca.

Analise sua colheita... 
ela resulta da semeadura feita.


As respostas estão em você...


Tão somente observe... 



terça-feira, 26 de junho de 2012

...quero ir...

Eu quero ir...
Ser levada a outros lugares...
Sou feita e desfeita pela vida...
Esculpida pelo Criador.

Sou o que sou e quando o que sou não basta: mudo, amadureço, transformo, 
vejo com outros olhos e vou...

Sou o que sou e vou sendo,
barro na mão do oleiro...

Eu quero ir para o onde o Vento Dele sopra,
ele muda as bandeiras de lugar,
entorta palmeiras,
espalha a areia,
refresca a face,
faz até o suor voar...

Eu quero ir... não tenho medo que me freie.

Eu posso desenhar, 
tracejar,
esboçar...
porém, a pintura final não é minha...

Eu quero ir...

...é que para chegar 
do outro lado do rio,
não pode na margem ficar...


segunda-feira, 25 de junho de 2012

gente estranha...

Gente estranha essa que passa pela gente...

Gente que existe em você, 
mas o tempo prova que você não existe nesta gente...


São habitadas pelo que precisam retirar de nós... e só.

Gente vazia de ser...
Não para com todos, mas conosco.


Simplesmente por não serem dos nossos.
Nunca foram nossa gente.




Nunca mais.

Nunca mais seremos os mesmos...

Cada dia morremos um pouco,
cada dia nascemos diferentes... 

Nunca mais os mesmos momentos.
As mesmas gentes...


Rostos que nunca mais serão vistos,
vozes que emudecerão para sempre...

A eternidade de cada segundo será raiz de lembrança no coração.
Memória construtiva do eu.
Marcas esculpidoras do ser.

Nunca mais igual.
Cada dia é um mover.


terça-feira, 19 de junho de 2012

palavras, sabores, cheiros, coisas...

...chocolate, nozes, castanha do pará e de caju, alho, cebolinha, pimenta vermelha, cominho, beijinho, feriado, sol, tatuagem, lua cheia, Sade, tapioca, beijo de língua, cineminha, jeans surrado, biblioteca, camisetinha... 



...trânsito livre, livro, rede, vento no rosto, perfume, risada, brigadeiro de colher, caminhada, tênis sujo, colo de vó, cachorro roncando, flores, máquina fotográfica, pipoca, pipoca, mais pipoca... escrita, massas, jantar.

...geladeira na madrugada, silêncio, filme de suspense, abraço apertado, bicicleta antiga, gente simples, vinil, recordações, objetos guardados, recados em guardanapos, presentes que não funcionam mais...

...laptop, poesia, pular corda, conversar com a antiga vizinha, covinha, titia, literatura na tela, seminário, palestra, amora, borboleta, cheiro de "vózinha"...

Foto de Márcia Nega

...palavras, sabores, cheiros, coisas... partes.


...náuseas.

Li uma frase de John Locke que interiorizou-se de forma instantânea em mim. 

Fez-me observar o a edição LOCKE de Os Pensadores que está em minha estante e ainda não consegui terminar a extensa leitura.

Incrível é o poder que as palavras têm quando a alma está pronta para receber e analisar...

A frase dizia: Sempre considerei as ações dos homens como as melhores intérpretes dos seus pensamentos


É.
A sabedoria é tão antiga e poderosa.




Locke morreu em 1683...


Seu pensamento representa o que sinto, 
o que creio: Pessoas são o que fazem e não o que falam.

As relações e exposições atitudinais são muito profundas, delimitam, revelam.

Canso-me das paisagens belas que vejo, 
das paisagens que tantas pessoas apresentam de si mesmas...

Náuseas...

Porque a tolice do disfarce 
se não há disfarce para o que se é?

Náuseas de cascas...

domingo, 17 de junho de 2012

...maturidade em cena.

É maravilhoso ver, sentir, perceber os detalhes expostos pela maturidade vivida, experimentada e entregue do Ser ator.

A vida constrói caminhos internos que são a solidez transportada às emoções expostas pelo intrumento ator.

A nudez vista no olhar, no respirar, na ousadia, 
é um verdadeiro presente.

Falar da nobre profissão do ator é sempre um desafio, 
pois a vida do artista é um desafio constante...

Glamour para quem olha, 
leões mortos todos os dias para quem vive.

Desafio de Ser na busca incessante do Ter.

Desafio de não entregar-se a mentira fatalista comercializada e sim à real vocação do veículo ator.

Quanto mais o tempo passa, mais admiração e satisfação há em poder enxergar as doações que esses seres feitos de coragem têm a entregar.

...e poder contemplar a maturidade em cena.




sábado, 16 de junho de 2012

M.U.R.A.L.H.A

Bate!
Chuta!
Empurra!
Faze o que for mas passa.
Passa dessa muralha.

Invade.
Vai com instrumentos de guerra.
Derruba a fortaleza imposta.

Sê forte!

Sê coragem!


Há sempre um jeito... 

Vai que dá!
Você pode!
Não permita instituirem uma muralha mental a ti!

Rompe!

Fecha teus olhos,
faze silêncio e ouça... veja... 
...nossas cadeias são mentais, 
e as muralhas também.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

...pelo caminho que vou.

...percorro as pausas.
Aqueles momentos mais sublimes
 que as palavras

Os silêncios,
os olhares,
os indícios,
o não dito.

Foto de Márcia Nega

...percorro o universo real,
do subtexto,
intencional,
aquele lugar explícito pelo todo.


...abstenho-me da ilusão que as vozes trazem.
Do engano que elas tentam soprar nos ares. 
Da tal imagem perfeita que o externo vende... 

E percorro o que não é aparente.

...pelo caminho que vou, desvio-me da mentira proferida e creio na verdade oculta que as almas exalam.



sexta-feira, 8 de junho de 2012

abrupto!

Que rumos são esses?


Que perguntas surgem no emaranhado interno bruto?
Que coisa é essa que acontece?

Enfim.
As coisas vêm... vão...
Estão... são...

Mas que coisa é essa?

A vida propõe as ruas,
às vezes escuras vielas...

As vielas propõem as lanternas,
as lanternas pedem pilhas,
as pilhas pedem mãos firmes... 
pulsos fortes que refletem a coragem de ir e vir.

Como tudo muda...

O inesperado tão esperado chega abrupto e refaz o feito.
Adorna básico,
enfeita-o,
enche-o de laços e cores.

Transforma tudo...
...e mais uma vez muda o seu mundo.


vai-te...

Foge tu do barulho...
do falatório.

Foge da aparência do mal,
do que não permite pensar,
equilibrar...

Foge!

Foge do barulho e das tolas questões,
das obrigações que não tens... 

Vai-te além das imposições socias,
cala as ferozes vozes que tentam oprimir,
emudecer e dominar.

Afasta-te das gotas que fazem o copo transbordar.
Parecem só gotas... porém não são.
...são os pequenos e simplórios detalhes que definem tudo.

Observa e vai-te.



...para longe do que não é seu...
do que não é seu mundo.



quinta-feira, 7 de junho de 2012

...tá frio.

Vem aqui.

Usa toda sua riqueza vocabular e me ganha...

Envolva-me com as palavras,
seduza-me nos silêncios, nas pausas...
Toca-me com teu olhar e faça-me corar com a pretensão revelada.

Vem aqui.
...tá frio.


domingo, 3 de junho de 2012

..."e" aí?

A tonicidade perfeita...
A craseação que compõe com perfeição
 a poética fraseada...

Começa com "a", termina com "e".


"E" aí?


Será que rima?
Será que finda?
Será que não é?
...pois é!

É um encontro vocálico daqueles,
para nenhum "gramaturgo" pôr defeito...

Eu, 
você... 
Juntos somos uma sílaba tônica!

Termina em "e"?

"E" aí?

sábado, 2 de junho de 2012

saudade...

Saudade é dor que dá.
Sorriso que nasce.
Lua que ilumina o coração.


Saudade é sentir gosto do beijo que deu,
é um pensamento invasivo que nasce e 
faz lembrar o que já foi,
ainda é,
que não findou.

Saudade é agridoce,
é poeira e vento...

É morador andarilho...
Gosta de andar, mas sempre volta...
Gosta da casa olhar...

Ficar um dia...


Ficar um dia sem falar.
Só olhando.
Quietinho.
Só.

Foto de Marcia Nega.

Momento ímpar é o calar.
Para ouvir.
Ampliar.

Ficar um dia inteiro sentindo.
Sentindo os cheiros da vida.
Sentindo o peito falar.

Foto de Marcia Nega.

Momento doce é o encontro consigo.
Poema vivido,
sem versar.

Ficar um dia livre de tudo.
De todos os fluxos.
Permitindo estar.

Voltar os olhos pra dentro.
Lugar da verdade.
Do melhor que em nós há.

...um dia.
Só um dia.


..hormônios falantes...

Hormônios falantes.
Depreciantes.
Cheios de nós, 
anzóis,
vozes sangrentas,
angustiantes instantes.
Sós.

Foto de Marcia Nega.

Penunbra visual.
Sem discurso.
Observação profunda de tudo.
Interpretações.

Absurdas atuações sociais!

Medonhas,
nada virtusosas,
calantes,
assustantes,
farsas constantes.
E o que mais?

Foto de Marcia Nega.

...ai, ai... hormônios falantes...

sem título.

Publico.

Foto de Márcia Nega.

Meu grito.

Instalo-me nos espaços,
na sinuosa formação que as palavras dão.

Inquietude.

Elas solicitam sair...
mas não encontram saída,
estão perdidas em mim...

Não querem clarear a obscuridade que está.