domingo, 19 de maio de 2013

Nem saberás que são para ti.

Quero te poemizar amor.
Quero tocar-te com as palavras que nunca lerás.
Nem saberás que são para ti...

Quero te dizer que não posso te dizer tudo.
Que não posso te fazer entender tudo.
Que não posso revelar o que sinto pois 
o que sinto não se revela completo,
não se entrega assim,
se desdobra,
se desvenda,
se entrelaça,
se encaixa.

Quero te dizer que de tudo que digo ainda falta.

Faltam palavras,
faltam...

Quero te dizer que nem sei o que dizer 
quando quero dizer,
até sei,
mas não sei falar,
não sei...

Quero te dizer que você sabe que eu sei,
que eu sei que você sabe,
que nós entendemos 
e sabemos tudo que há entre,
sobre,
pós... cada parte,
e que nada está oculto para nós.

Quero poemizar mas o poema não sai,
codificada fica a rima que não quer rimar,
a palavra que não quer ir,
que pulsa no peito a calar,
na voz [que dentro] está a falar.

Só sei amor,
que nem saberás que são para ti.


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