sábado, 21 de fevereiro de 2015

Nenhum medo.

Ele me esperava.
Não sei a quanto tempo.

Quando tocou minha cintura,
eu senti,
ele não tinha palavras.

Seu olhar rasgava meu corpo ao meio e via a minha alma.
Era assim que ele chegava.

Tive medo.

Uma vontade de correr daquele desasossego,
Mas não tinha jeito.
Cresci.
Tinha que ter peito para deixar fluir,
e viver de perto o perigo do que me dava medo.

E que medo.

Ele me espancava com seus beijos.

Eram tão fortes os beijos que já não beijavam,
batiam,
metiam medo.

Descontrolados beijos cheios de uma nostálgica lágrima que perguntava por onde eu andava antes dele.
Sem ele...

Seus dedos.

Tocaram minha pele seus dedos.
Sentia palpitar nos dedos o pulsar do peito,
estavam nos dedos.

Eram tão macios,
cuidado, receio.

Respirou profundo,
sem dizer palavra,
nada,
respirou bem fundo.
Me olhou com calma na alma,
Tinha passado tudo,
passado, 
era tudo.

E eu já não tinha medo.
Nenhum medo.


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